segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

E 2008?

Em primeiro lugar, peço desculpas a quem visita este blog pelos mais de vinte dias sem postar nada de novo. Em meio a algumas viagens e compromissos pessoais deixei, temporariamente, abandonado meu humilde espaço virtual. Estamos no último dia do ano e, como sempre, criamos uma lista de especulações acerca dos próximos 365 dias.
Mesmo o mais descrente no ano novo tem lá suas perspectivas em um novo ciclo. Vejamos algumas possibilidades. Apesar de eu gostar de política, não estou muito engajado com o pleito municipal de 2008, porém, no meio da música e da cultura, sempre há novas esperanças e coisas do tipo. Por exemplo, quais shows internacionais virão à Porto Alegre? Qual grande banda irá voltar? Qual biografia será lançada? Quais discos serão lançados?
A princípio, a única banda grande que tocará nos pampas será o Iron Maiden que, confesso, não consta nas minhas listas de preferências. O Bob Dylan passará batido pela capital gaúcha, tocando em Buenos Aires, Rio de Janeiro e São Paulo. Por enquanto ainda não há notícias de grandes artistas internacionais em terras brasileiras em 2008, além dos dois citados. Claro que, sempre há os festivais de bandas indie e novidades pintadas de ouro pelas revistas e esquecidas dois meses depois. Aí vai um desabafo. Percebo muito empenho para trazer alguns artistas como a Bjork, porém, Paul McCartney, o pai de todos, não vejo nenhum esboço. Mas tudo bem.
E o Led? Será que volta? E, se voltar, passa pelo Brasil?
Buenas...só tenho a dedicar um excelente 2008 a todos. Que o próximo ano seja cheio de conquistas, das melhores possíveis. See Ya!!!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Led is back!!!


Há mais ou menos três horas, vinte mil privilegiados tiveram um momento histórico: assistir o retorno do Led Zeppelin aos palcos. O grupo não tocava junto desde 1988, porém, a banda deixou de existir em 1980, quando o baterista John Bonham faleceu. Para assumir as baquetas nesta noite, foi recrutado Jason, filho do baterista original do quarteto inglês.
O show foi, na verdade, um tributo a Ahmet Ertegun, fundador da Atlantic Records, que faleceu no ano passado. A Atlantic foi a primeira gravadora do Led Zeppelin.
Quando foi anunciado o show, a minha primeira reação foi a de espanto e medo pelo que poderia vir. Mas pensando de maneira menos instintiva, Page, Plant e Paul Jones não iriam se reunir para manchar a reputação do Led Zeppelin, a maior banda da década de 70. A prova da devoção ao grupo foi a procura por ingressos. Cerca de 50 milhões de fãs se cadastraram em um site que estava vendendo os bilhetes para a apresentação histórica.
Assistindo um trechinho de Black Dog, gravado nesta noite, em Londres, me arrepiei. A interpretação foi impecável. Apesar de o visual da banda estar bem diferente ao de 30 anos atrás, foi emocionante ver por alguns segundos uma instituição da música atuando novamente. Está lá, o vocal do Plant e os maravilhosos riffs de guitarra de Jimmy Page. Na verdade, não podemos fazer comparações. Temos é que torcer para que o Led Zeppelin saia em turnê e passe pelo Brasil. Sonho, não?!

Abaixo o repertório do show, que aconteceu hoje em Londres:

'Good Times Bad Times'
'Ramble On'
'Black Dog'
'In My Time Of Dying'
'For Your Life'
'Trampled Under Foot'
'Nobody's Fault But Mine'
'No Quarter'
'Since I've Been Loving You'
'Dazed And Confused'
'Stairway To Heaven'
'The Song Remains The Same'
'Misty Mountain Hop'
'Kashmir'
'Whole Lotta Love'
'Rock And Roll'"

Quer ver trechinhos do show?! O Baú do Zanini mostra:

http://www.youtube.com/watch?v=rsHcUwtw5H0&NR=1

http://www.youtube.com/watch?v=11_QgMO05vo&NR=1

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Sargento Pimenta e a Banda dos Corações Solitários


1967. Nesse ano o mundo passava por uma série de acontecimentos marcantes dentro da história contemporânea da humanidade. A guerra do Vietnã, o movimento hippie, a reivindicação de negros e mulheres por seus direitos. No Brasil, a ditadura começava a atuar de maneira mais repressiva.
Dentro desse contexto, os Beatles lançaram sua obra prima. Sgt.Peppers and Lonely Hearts Club Band foi o ápice da genialidade do quarteto de Liverpool. Claro que nada disso seria possível sem a presença do não menos genial George Martin, eterno produtor da banda. Ao decorrer de quatro décadas, todos os elogios foram tecidos ao álbum, que até hoje encabeça qualquer lista de discos mais importantes da história da música popular.
E amanhã, dia 4/12, Sgt. Peppers recebe uma homenagem da Band On the Run, em um show no Theatro Treze de Maio, em Santa Maria-RS. O grupo fará uma releitura na íntegra do disco, com algumas alterações de arranjos, porém, deixando a característica original de cada tema. De quebra, a Band On the Run ainda prestará uma homenagem a outro quarentão, o disco Magical Mistery Tour, lançado posteriormente a Sgt Peppers, ainda em 1967.
A Band On the Run sobe ao palco com Renato Molina (vocal), Saulo Silva(baixo e piano), Marquinhos Araújo(voz, violão e guitarra), Lauro Vinícius(voz, baixo e piano), Gílson Santos(bateria) e este que vos escreve na guitarra. O grupo ainda estará acompanhado de um quarteto de cordas e um naipe de metais.
Gostaria de convidar a todos para que se façam presentes no Treze de Maio, amanhã, à partir das 20:30.
Preciso fazer o registro de duas pessoas importantíssimas que estarão ausentes no show. Primeiro, o meu "irmão" Pedro Moreira que estará em Porto Alegre. E, em especial, a Nadine, minha namorada, companheira de todas as horas que, com certeza, iria se emocionar ao ouvir algumas de nossas canções favoritas, da nossa banda favorita.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Back to 50's

Como foi noticiado no SERVIÇO, no último sábado rolou aqui em Santa Maria o show do guitarrista caxiense Rafa Schuler. Durante duas horas acompanhei-o fazendo violão base e percebi mais uma vez o tamanho da força que certas canções exercem sobre nós e o quanto elas nos transportam para determinadas épocas. Ao dedilhar os acordes de Sleepwalk, um clássico dos anos 50, que foi regravado por Jeff Beck, Brian Setzer, entre outros, me senti com oito anos. Com essa idade chorei ao assistir o filme La Bamba, em que essa música tem papel marcante dentro da trilha sonora. Uma melodia simples, porém, bela.
Após o bucolismo, houve um momento Elvis Presley, em que foram tocados alguns sucessos, como That's All Right Mama, Just Because e Suspicious Minds. Ao escutar a introdução imitando o barulho de um trêm de Mistery Train, percebi o quanto a obra de Elvis era ousada para sua geração. Uma música com aquele peso sendo lançada em 1954 era, no mínimo, um ato de extrema coragem. A interpretação do rei na versão original mostra que realmente Elvis era um cantor selvagem, com uma voz única.
Mas os aplausos mais sinceros vieram após a execução de What a Difference Day Mades, de Cole Porter. Este standard do jazz é uma prova de que, quando a música é bem feita, não há tempo que a envelheça. Será que, apesar da emergência de um número incalculável de banda a cada dia, não deveríamos voltar meio século no tempo e absorver a beleza, a arte e o prazer de se tocar uma grande canção?

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

SERVIÇO


Inauguro agora a seção SERVIÇO aqui no Baú. Sempre que o texto postado for precedido por este título, é para noticiar algum evento interessante que esteja por acontecer aqui em Santa Maria ou nas proximidades.
Neste primeiro SERVIÇO, venho comunicar um show que vai rolar no Zeppelin, no próximo sábado, dia 01/12. O guitarrista caxiense Rafa Schuler vem à Santa Maria pela primeira vez com seu trabalho solo. O músico ficou conhecido por ter integrado a formação clássica da Lucille Band, nos anos 90. Hoje está tocando na banda Estado das Coisas e no projeto Rock de Galpão.
O repertório do trabalho paralelo de Rafa é calcado no rock dos anos 50. Elvis Presley, Chuck Berry e Carl Perkins dão a tônica do show. Vale lembrar que Rafa Schuler é formado em guitarra pela Los Angeles Music Academy, porém, a idéia é fazer uma apresentação com violões no Zeppelin.
Feito o SERVIÇO, aproveito para dizer que o guitarrista base do show será este que vos escreve. A bateria e a percussão ficam por conta do lendário Gilson Santos.
Let's Rock!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

1001 discos para ouvir antes de morrer


A cada fim de ano é a mesma coisa. A proximidade com o natal aflora o lado consumista de todos nós. E não adianta você dizer que é diferente, pois estará mentindo.
Já que todos gastaremos um dinheiro a mais dentro de alguns dias, uma dica é o livro 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, que bem como o título sugere, é um guia de cd's ou lp's que precisaremos dar ao menos uma ouvida durante a existência na Terra.
Em 960 páginas, estão compilados textos de mais de noventa jornalistas da área musical de todo o mundo. De Frank Sinatra a Arctic Monkeys, está tudo ali. A edição que conheci foi a anterior, que não chegou no Brasil, porém, a nova tiragem está atualizada e traduzida para português.
Claro que, dentro dos 1001 discos, há alguns muito difíceis de serem encontrados. Mas o livro sugere, na verdade, que tenhamos conhecimento de obras relevantes para suas épocas, desde os anos 50 até a atualidade.
Talvez seja um pouco de pretensão termos todos os 1001 cd's na prateleira de nossas salas, mas seria muito interessante nos despirmos de perconceitos e rótulos. Esse é o grande barato de 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer. No final das contas, é tudo música.

Todas as coisas devem passar...


Me arrisco a dizer que não conheço ninguém que afirme não gostar do George Harrison. John Lennon gerou a antipatia de muitos pelas declarações ácidas e polêmicas. A tentativa de liderança dos rapazes de Liverpool por parte do Paul McCartney também não foi unânime. E o Ringo? Bom...era o Ringo.
Os holofotes nunca foram jogados para cima de George. Acredito que aí esteja o segredo da admiração que eu tenho por este cidadão. Por vezes subestimado, o mais novo dos Beatles sempre teve uma cota de incluir até duas canções por disco do quarteto. Isso nunca pareceu incomodar profundamente George que, em Abbey Road, de maneira despretensiosa, compôs os dois maiores sucessos do disco, a magnífica Here Comes the Sun e Something, uma das mais lindas canções de amor já feitas.
Após a separação dos Beatles, em 1970, George surpreendeu a todos com o disco triplo All Things Must Pass, por muitos, considerado o melhor trabalho solo de um ex-integrante da banda que mudou a história do rock. O álbum emplacou a religiosa My Sweet Lord nas rádios de todo o mundo.
A espiritualidade e o despreendimento das coisas materiais fez George Harrison superar alguns traumas, como o fato de ter perdido a ex-mulher, a modelo Patty Boyd, para o seu então melhor amigo, Eric Clapton.
Passados exatos seis anos da morte de George, me pergunto se não deveríamos apagar os rancores que temos. Afinal...todas as coisas devem passar.

Pato Macho


Esse é o nome de um dos mais brilhantes e desconhecidos jornais que já circularam cá no Rio Grande do Sul. O periódico esteve nas bancas de Porto Alegre durante o ano de 1971, uma época de extrema repressão por parte da ditadura e do governo de Emílio Garrastazu Médici, o mais linha-dura dos presidentes brasileiros. Tendo o humor como matéria-prima, o Pato Macho teve, ao longo de quinze edições semanais, um time editorial de dar inveja a qualquer jornal atual. Chefiado por Luís Fernando Verissimo, o Pato teve em suas páginas textos de Ruy Carlos Ostermann, Moacyr Scliar, Carlos Nobre, Rogério Mendelski, Tatata Pimentel, José Antônio Pinheiro Machado (do Anonymus Gourmet), entre outros como Paulo Odone, sim, o presidente do Grêmio.
O futebol era uma constante no jornal, que também tinha um forte conteúdo cultural. Imagine Verissimo escrevendo sobre George Harrison, ou Miles Davis e Rolling Stones. Sim, isso aconteceu no Pato Macho.
Tá, mas e porque estou falando sobre um jornal de mais de 35 anos atrás? Pelo fato de o Pato ter sido o tema da minha monografia de fim de curso. Deu uma canseira, stress, mas no final das contas sobrevivi e hoje sou orgulhoso pelo trabalho feito. O ciclo patomachense se encerra na próxima quarta-feira, às 17:30, no Campus II da UNIFRA, onde faço a defesa do trabalho diante de uma banca. Se quiserem comparecer e dar uma força, fiquem à vontade.
Antes que eu esqueça...a foto postada junto ao texto é a capa da última edição do jornal.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Sim, eu também tenho um blog.

Quem me conhece sabe que sou um tanto arredio às modernidades. Meio bagual mesmo. Definitivamente o tal do "cool hunter" passa um tanto longe do meu vocabulário. Mesmo assim, cá estou com um blog. O porquê de usar "Baú do Zanini" no meu espaço virtual tem um motivo bem pessoal. No ano de 2003, graças ao amigo Márcio Grings, comecei minhas primeiras incursões radiofônicas, em um programa chamado "Baú do Rock", na extinta Pop Rock - 105.7 FM, de Santa Maria da Boca do Monte-RS. Na época tinha um quadro semanal chamado "no fundo do baú", em que eu apresentava e tocava umas velharias em cedês e elepês.
Como, aos poucos, tenho me rendido aos modernismos internéticos, resolvi homenagear o programa fazendo uma referência no nome deste blog. Não sei até quando esta brincadeira vai durar, mas vou tentar me divertir, entretendo quem aqui visitar. Mais tarde publico algo que interesse a vocês.
Sejam bem-vindos!