sábado, 6 de dezembro de 2008

FECHADO

Com postagens esporádicas e sem muito conteúdo, vou deixar o blog fechado para balanço por uns dias. A falta de tempo e a correria dos últimos dois meses não me permitiram escrever nada relevante por aqui. Vou colocar as coisas em ordem e daqui uns dias volto com novidades, trazendo informações que possam ser úteis a todos.

Forte abraço aos leitores!

Daqui um pouco estamos de volta, mas no momento: FECHADO!!!

sábado, 9 de agosto de 2008

The Last Waltz - 30 anos depois



Pergunte em uma rodinha de roqueiros: "Vocês conhecem o The Band?". Possivelmente alguém vai responder com um certo to de dúvida: "Acho que era a banda que acompanhava o Bob Dylan". Mesmo na imprecisão, o sujeito acerta, mas, mais uma vez joga um dos melhores grupos de todos os tempos para trás de uma sombra gigante. O The Band surgiu no Canadá, em 1962, com o nome The Hawks, uma referência ao cantor de rockabilly Ronnie Hawkins, que o grupo acompanhou na época. Em 1966, alguns integrantes, como o guitarrista Robbie Robertson, foram banda de apoio de Bob Dylan na famosa e controversa turnê mundial do cantor. Também participaram das gravações do clássico Blonde On Blonde. Em 1968, o quinteto lançou o disco Music From Big Pink, uma pérola de country-rock em meio ao fenômeno psicodélico que tomava conta do mundo. Eric Clapton até hoje afirma que foi este álbum que deu uma guinada positiva em sua carreira. À partir de Big Pink, o The Band se dividiu entre a carreira própria e a vida como grupo de apoio de Dylan. O ápice dessa parceria veio no disco ao vivo Before the Flood, de 1974. Cansados da vida na estrada, os integrantes do quinteto resolveram encerrar as atividades. Em vez de brigas, comuns em separações, os músicos mostraram grandeza e decidiram fazer um show de despedida. E o fizeram em grande estilo, chamando Martin Scorsese para registrar em um filme aquela que seria a última apresentação da banda. Lançado em 1978, The Last Waltz é um dos mais marcantes filmes de rock já feitos. Para isso, foram somados três elementos: O Band em uma forma impecável, afiadíssimo, Scorsese logo após o lançamento de Taxi Driver, e um leque de convidados do primeiro escalão do rock. Neil Young, Eric Clapton, Ringo Starr, Van Morrison, Ronnie Wood e Muddy Waters e, é claro Bob Dylan, são algumas das participações que, em duas horas, ajudam a contar uma das histórias mais belas que a música já viu. Blues, country, jazz, soul...rock n'roll. Tudo isso esteve presente na obra do The Band, que teve como mérito ser uma banda de verdade, com instrumentistas que sempre pensaram no todo, deixando vaidades de lado. Abriram mão de tudo isso em prol de um punhado de canções de luxo. Ouça It makes no difference, que você irá entender do que estou falando. Se o The Band nunca pertenceu ao mainstream...azar o do mainstream. Trinta anos depois, The Last Waltz ainda soa como uma aula de tudo aquilo que a boa música deve ter.

terça-feira, 22 de julho de 2008

What's going on?!?!


Foi essa a pergunta que o mundo fez para si mesmo durante os anos de guerra do Vietnã. O fracasso político e social da geração Woodstock, as ditaduras espalhadas pela América Latina e a crescente violência urbana foram os cartões de visita que a década de 70 apresentou. E foi justamente esse caldeirão de idéias que levou Marvin Gaye ao ápice de sua genialidade como compositor, em 1971, no disco homônimo ao título deste post.
"What's Going On" teceu uma forte crítica aos costumes (ou falta de...) das pessoas naquele período. Religiosidade e política dividiram espaço com liberdade e ecologia nas letras de Gaye, como fica claro em Mercy, Mercy Me (The Ecology) . What's happening Brother é um show à parte, com uma cozinha pulsante, vocais fantásticos e instrumentos e timbres escolhidos minuciosamente. A faixa título, que abre o disco, tem um dos refrões mais emocionantes da história, com uma interpretação única de Marvin Gaye.
Mesmo com todo esse requinte, não foi fácil convencer os executivos da gravadora Motown a apostarem no álbum. Gaye era uma das estrelas da empresa, com um catálogo invejável de canções no hit parade dos anos 60. Entrar na década seguinte com um disco de contestação, sem apelo comercial, seria no mínimo arriscado. O próprio Barry Gordon, proprietário da Motown, afirmava que "música é para entreter, não para fazer pensar". Mas a briga foi comprada pelo artista, o álbum vendeu milhões de cópias e, além de ter sido o melhor já feito na história da soul music, é presença constante nas listas dos Top 10 de todos os tempos.
Pena que a história de Marvin Gaye tenha sido interrompida pela ironia. A violência e a estupidez, que ele tanto condenara, o levaram a morte, vítima de um tiro disparado pelo seu próprio pai, em 1984.
Quem sou eu para dizer o que as pessoas devem fazer, mas não seria nada mal, se nossos irmãos parassem para pensar nO QUE ESTÁ ACONTECENDO... ainda!!!


Ficou curioso?

http://sharebee.com/23ae4070

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Não reclamem...


...de eu estar falando de futebol. Desde que o ano começou, eu não havia postado nada sobre uma das minhas paixões. Admito que meu conhecimento técnico e tático sobre futebol é pífio. Esse esporte, para mim, se resume em uma paixão: GRÊMIO!!!
Pois bem, o que me traz ao teclado do computador para escrever é o fato de o tricolor de Porto Alegre estar na vice-liderança do Brasileirão 2008. Isso chega a ser uma piada, tendo em vista a fraqueza do elenco e do comandante da equipe. Mas tudo beleza, o meu tricolor está fazendo uma bela campanha, mesmo sem um futebol de encher os olhos e sem ter atacantes que façam gols. No último sábado, o time do técnico Celso Roth venceu o Cruzeiro, no estádio Olímpico. Depois de um festival de gols perdidos, quem arrematou de maneira séria e competente, foi o lateral-direito Paulo Sérgio. Admito, não gosto dele, mas...espero que muitos jogadores ainda me quebrem o bico até o fim da temporada. Uma coisa está gerando preocupação entre todos os torcedores, a falta de um atacante matador, alguém que tenha competência apenas para empurrar a bola para dentro do arco adversário.
Gostaria de ver o Perea ao lado do Soares, mas isso é coisa que o velho Roth de guerra não admite.

Buenas meus caros, até o fim da semana eu retorno falando um pouquinho mais sobre futebol. Não adianta reclamar...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

TOP, sim senhor!!!


É difícil achar um apreciador da boa música que não faça listas de preferências. Os famosos TOP 5, 10, 20, 100... sempre rendem boas discussões. Claro que, na maioria das vezes norteadas por algum lugar comum. Não há como negar que Hendrix foi o divisor de águas da guitarra, ou que os Beatles foram os maiores, mesmo com a resistência de stoneanos fanáticos. Eu também tenho minhas listas. Uma delas diz respeito aos grandes vocalistas da história do rock. Não cito cantores de outros gêneros, pois seria covardia, vide Marvin Gaye, Otis Redding, Sam Cooke, etc.
Nos TOP 5 dos vocalistas sempre aparecem aqueles de voz agudíssima, com um alcance incrível. Muito li sobre Robert Plant, Ian Gillan e outros que hipnotizavam platéias na década de 70, porém, muito pouco vi o nome de Rod Stewart em alguma lista. Na modesta opinião deste blogueiro que vos escreve, o escocês narigudo e de voz rouca, que queria ser jogador do Celtic, foi o cara.
Desde o início no Jeff Beck Group, passando pelos Faces, chegando até a fase de cantor de jazz para senhoras, Rod Stewart foi uma das figuras mais carismáticas que o mainstream já viu.
Em abril passado, fui até Buenos Aires com minha namorada para assitir um show do velho Rod. Impecável. É o adjetivo mais adequado para definir a apresentação de Stewart. Em duas horas de show, trinta e cinco mil pessoas puderam conferir um pouco de cada fase do velho roqueiro escocês. Admito que até a batidíssima Have You Ever Seen the Rain me fez pular. Conhecido intérprete de baladas, Rod Stewart fez jus ao rótulo quando cantou The First Cut is the Deepest, de Cat Stevens, e You're in my Heart, clássico dos anos 70. Maggie Mae foi cantada a plenos pulmões pelos hermanos.
A apresentação do carismático Rod Stewart acabou em grande estilo, com um hit da discoteca: Da Da Ya Think I'm Sexy, a mesma que teve uma melodia "emprestada" por Jorge Ben, em Taj Mahal. Mas àquelas alturas, nada mais importava, nem o plágio, nem as mancadas pop brega, nem o fato de o cara ter descoberto a Luciana Gimenez antes do Mick Jagger. O que importa é que Rod Stewart ainda é um dos TOP 5, pelo menos no meu TOP 5.

Thank you, DINE!!!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Baú virou notícia!!!


Fiquei muito surpreso e feliz com a citação que o Baú recebeu no televisivo Studio Rock. Só tenho a agradecer ao Rodrigo Simões e à Renuska pelos elogios ao blog. Sucesso para eles e para o programa. Abaixo, parte do script do Studio Rock:

RODRIGO – DE VOLTA COM O STUDIO ROCK. A NOSSA DICA DE SITE DE HOJE É QUASE QUE UMA RASGAÇÃO DE SEDA, DIGAMOS ASSIM. O BLOG “BAÚ DO ZANINI” É DO JORNALISTA GUILHERME ZANINI, FORMADO AQUI PELA UNIFRA E QUE APRESENTAVA O STUDIO ROCK ANTIGAMENTE.

RENUSKA – NEM TÃO ANTIGAMENTE, NÉ. O GUILHERME, ALÉM DE JORNALISTA, É MÚSICO, E ENTENDE MUITO DO ASSUNTO. O BLOG DELE AINDA TRAZ INFORMAÇÕES SOBRE FUTEBOL E JORNALISMO, ENTÃO É MUITO RECOMENDADO PELA GENTE, E JURO QUE NÃO É PUXAÇÃO DE SACO! QUEM QUISER LER AS IDÉIAS DO GUILHERME, O ENDEREÇO É BAUDOZANINI.BLOGSPOT.COM

domingo, 25 de maio de 2008

Estrelato?! Não...seria muita pretensão


Despretensioso. Talvez esse seja o melhor adjetivo para qualificar Tom Petty. Ao longo de mais de três décadas, o cantor e compositor nunca tentou duelar com Dylan e Young, duas referências obrigatórias para quem vai ao microfone com violão em punho e gaita pendurada no pescoço. Surgido nos Estados Unidos, na metade dos anos 70, também evitou roubar os holofotes de seu (teoricamente) rival imediato: Bruce Springsteen. Mesmo assim, sem maiores pretensões, Tom Petty, acompanhado de sua banda, os Heartbreakers, empilhou canções nas paradas de sucesso dos norte-americanos. A identificação com a música ianque e a devoção a Dylan podem ter sido prejudiciais para o artista em termos de projeção mundial. De qualquer maneira, a canção Free Fallin’ ainda é um hino e presença obrigatória em qualquer coletânea 80-90’s. Há alguns anos parado, Tom Petty voltou, mesmo que de maneira tímida, às lojas de discos. Em 2005, participou da trilha sonora de “Tudo Acontece em Elizabeth Town”, do diretor Cameron Crowe, um admirador confesso do compositor. Em 2006, Petty lançou “Highway Companion”. Disponível em catálogo nacional, o disco traz um apanhado de doze belas canções, todas na linha songwriter, de um senhor beirando os sessenta anos de idade. Destaque para a bucólica Square One, que já havia sido a melhor faixa na trilha de Elizabeth Town. Indicado para domingos ensolarados e passeios estradeiros, “Highway Companion” é mais um capítulo na vida desse artista que tem o carinho de muitos, porém, o fanatismo de poucos. Afinal, isso seria muita pretensão.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

A resposta? Está soprando...com o vento...


Sexta-feira, 36º no termômetro da praça de São Borja, cidade que faz fronteira entre Brasil e Argentina. Cinco da tarde do dia 14 de março de 2008. Exatamente nessa hora encerrei meus afazeres da semana. Ao entrar no escritório em que eu trabalhava na época, entrei no MSN, apenas para falar com alguém da minha família, namorada ou algum amigo perdido. Eis que pisca uma janelinha. Era um camarada meu que passava férias em Buenos Aires. O cidadão me convocou para o evento do ano na capital portenha. Show do Bob Dylan. O convite foi algo do tipo: "estou indo comprar os ingressos. Tu vens?". Enfim, não havia como recusar. Fui em casa, recolhi duas mudas de roupa, coloquei em uma mochila, peguei uns trocados e embarquei num ônibus rumo a Buenos Aires.
Chegando lá no dia seguinte, nada como um passeio pelas praças cheias de vagabundos. O clima inspirava e parecia prenúncio de uma noite inesquecível. De tarde, rumamos de metrô, taxi e ônibus em direção ao estádio do Vélez Sarsfield, local do show. A apresentação do velho menestrel era às nove da noite. Meia horas antes, conseguimos entrar no estádio. Ficamos eufóricos, eu, meu amigo Eduardo, além de dois amigos que fizemos no hotel, um uruguaio fanático pelo Peñarol e um argentino tão gente fina que parecia ser falsificado.
As luzes apagam, a platéia se empolga e Dylan sobe ao palco. Monossilábico, como sempre, ele ataca a guitarra. "Rainy day woman" abriu o show. Os olhos lacrimejaram com o coro da platéia, que, aos berros dizia: "everybody must to get stoned". Algumas lindas canções do disco Modern Times foram apresentadas em um volume bem baixo, mostrando a encantadora fragilidade da voz de Dylan. Uma banda muito competente o acompanhou, com destaque para o baixista Tony Garnier, que já transcendeu o limite de músico de apoio, sendo um parceiro de longa data do velho Bob. Clássicos vieram aos borbotões. "Masters of War", "Just Like a Woman"..."Like a Rolling Stone". A cada introdução, cada letra mudada, cada melodia improvisada fazia eu lembrar da minha história com o artista que eletrificou a poesia. Lembrei da primeira fita cassete com canções de Bob, que escutei até o cabeçote do meu som pifar. Lembrei de um disco de vinil que afanei do acervo de uma rádio e guardo até hoje como um troféu. Para encerrar o show, Dylan trajando um chapéu de vaqueiro sulista se posicionou em frente ao teclado, sacou três acordes e tocou "Blowin' in the wind". A ausência da canção nas apresentações no Brasil causou polêmica até com figurões da política. A presença da canção no repertório argentino soôu como uma canção de ninar.

Sentado à beira do caminho


Sim, estamos em maio de 2008. Quarenta anos após as revoluções de 1968. Cinco meses sem postagens minhas por aqui. Confesso que este post tem um tom confissional, quase como um diário (embora o propósito do baú não seja esse). Às pessoas que, por vezes, dão uma espiada no que escrevo aqui, peço as mais sinceras desculpas. Desde o dia que postei meu último texto, uma série de coisas aconteceram , idas e vindas, encontros e desencontros. Mudanças se tornaram rotineiras. Desde janeiro, morei em três cidades diferentes, conheci um número impressionantes de pessoas e, cheguei a conclusão de que, realmente nenhum dia é igual ao outro, ainda mais quando se é jornalista, como eu.
Enfim, hoje estou morando em Santa Cruz do Sul, trabalho na TV Record, após ter saído da RBS e, cada vez mais, me sinto privilegiado por poder sentar à beira do caminho, prosar com o universo e ser feliz assim, de maneira simples, como a vida deve ser... pelo menos a minha.