terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um Buffalo solto pela Califórnia...


Em junho deste ano, durante uma estada minha na Califórnia, tive a oportunidade de acompanhar um show do retorno do Buffalo Springfield aos palcos, 42 anos após o término da banda. Impossível não se emocionar ao ver Neil Young, Stephen Stills, Richie Furay e a trupe da casa dos 65 anos tocando como se tivessem vinte e poucos. Fiz uma resenha do show para a Guitar Player. Segue abaixo o texto original:


"Ícone dos anos 60, o Buffalo Springfield, foi uma banda fundamental na difusão do country rock. Na linha de frente do grupo estavam dois músicos fantásticos: Neil Young e Stephen Stills.
Passados 42 anos do fim da banda, os veteranos músicos resolveram se reunir para uma pequena turnê na Califórnia. Com exclusividade, a Guitar Player Brasil teve acesso a um desses poucos (e disputados) shows.
A apresentação que assistimos aconteceu no pequeno Wiltern Theatre, em Los Angeles. Com capacidade para menos de 3 mil pessoas, o Wiltern abrigou um show histórico. Geralmente em retornos de artistas que deixaram suas marcas em décadas atrás, existe um receio sobre o atual momento musical em que se encontram. No caso do Buffalo, o que era dúvida, se tornou vibração ao som do primeiro acorde de “On The Way Home”. Era visível que os músicos estão na estrada com o propósito de se divertirem e mostrar para as novas gerações canções que ficaram perdidas décadas atrás. Além de Stephen Stills e Neil Young, outro membro da formação original do Buffalo Springfield é o também vocalista e guitarrista Richie Furay. Completam o time o baixista Rick Rosas e o baterista Joe Vitale.
Com uma Fender Stratocaster em mãos, Stephen Stills mostrou que ainda é um grande guitarrista, digno de ter sido aluno de Jimi Hendrix. Com um estilo único, valorizando timbres e belas melodias, o músico arrancou aplausos do público e sorrisos dos companheiros de palco. Logo no início, ele já deixou claro em Rock n’Roll Woman que o tempo não o tirou da boa forma que apresentava décadas atrás.
E sobre Neil Young, às vezes, faltam adjetivos para definir o estilo do músico. Veterano do rock, o canadense já percorreu desde o lirismo acústico até distorções extremas, sempre com muita originalidade. No Buffalo Springfield, ele explora um pouco de cada elemento, seja no seu violão Martin dos anos 40, até em sua Gibson Les Paul 1953, uma guitarra clássica do rock, que ainda acompanha Neil Young na estrada. Os seus amplificadores também são itens de coleção: todos Fender tweed da década de 50.
No repertório, o quinteto apresentou um pouco de cada disco do Buffalo Springfield, tocando a alegre “Burned”, a ácida “Mr.Soul” e a beleza acústica de “I Am a Child”. Num clima intimista, a apresentação foi daquelas antológicas, em que músicos e plateia ficam em perfeita e intensa sintonia.
Mas o melhor realmente ficou para o final, quando a banda voltou com Broken Arrow, canção que encerra o disco Buffalo Springfield Again, de 1967. A música, com mais de seis minutos, mistura elementos do rock, psicodelia e até jazz, sendo tocada de maneira impecável ao vivo. Depois veio “For What it’s Worth”, o maior sucesso comercial da banda, em que os guitarristas fazem solos e riffs repletos de harmônicos.
Na última canção, uma surpresa. Quando todos esperavam alguma música da banda, Neil Young abriu o volume de sua Les Paul, ligou uma distorção e puxou “Keep On Rockin’ in the Free World”, sucesso de sua carreira solo. Nas guitarras, Young, Stills e Richie Furay se revezaram em solos distorcidos, com a vitalidade de quando lançaram o primeiro disco, 45 anos atrás.
Em uma entrevista recente, Furay admitiu que esses shows estão sendo gravados e, que, possivelmente, venham a se tornar um disco ao vivo. Todos já estamos na torcida, pois será uma oportunidade única de ter acesso aos shows dessa banda que, em três anos, na distante década de 60, deixou um grande legado para a história do rock".

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Eu voltei, não sei se é para ficar...

O mundo é realmente um interessante local de ciclos. Talvez a circunferência do globo terrestre facilite o trabalho do tempo, que por sua vez insiste em andar 360 graus, voltando ao ponto inicial, quase sempre mostrando alguma diferença ao contexto original.
Sim, escrevi de forma confusa as linhas acima propositalmente para ilustrar uma situação ocorrida ainda hoje.
Estávamos eu e o brother Márcio Grings tomando uma cervejinha, comendo um típico xis de Santa Maria e falando sobre a necessidade ou não de estar inserido com os dois pés na web através de redes sociais e blogs. O Márcio foi insistente ao defender seu ponto de vista sobre o poder do Twitter, por exemplo. No entanto, sou obrigado a me transportar para os idos do ano de 2001 quando começou a difusão definitiva do conceito de computador da família. Nessa época, eu, boquiaberto me rendia diante das facilidades da internet.
O Mr. Grings, por volta de 2002, afirmou categoricamente que não tinha a manha e que até o "lance de e-mail" ele não possuia.
Menos de dez anos depois, o cara me convenceu que as ferramentas da internet são indispensáveis. Por isso estou reativando meu espaço aqui com um novo layout.
Márcio, o mundo dá muitas voltas e tu venceu teu amigo aqui com relação a alimentar o blog. Cá estou fazendo novamente...

Eu voltei, não sei se é para ficar...